domingo, 22 de setembro de 2013

Filosofia política, em modo chinês, num hotel em Pequim...

É uma da tarde e estamos numa sala reservada num hotel em Pequim.
Lá fora, numa avenida de dez faixas e 40 km de comprimento, alguns dos 20 milhões de habitantes da cidade passam em carros, autocarros, bicicletas e pequenas motorizadas, num trânsito intenso e confuso.
Cá dentro, o presidente da EDP fala do país, da empresa, e do maior accionista, os chineses da China Three Gorges.
António Mexia conhece a cidade: vem aqui com alguma frequência desde o final de 2011, quando a empresa dona da maior barragem do mundo entrou no capital da EDP. Os 21,35% vendidos pelo Estado Português a uma empresa controlada pelo Estado Chinês renderam 2700 milhões de euros aos cofres públicos e deram um enorme fôlego financeiro à EDP.
Mas a conversa, neste hotel próximo da praça de Tiananmen, não começou por aí. Começou pelo país.
No fundo, o que interessava verdadeiramente a esta gente,  era não haver Leis nem Tribunais, a não ser as leis necessárias e os tribunais necessários para fazer o que eles desejavam...
Que moral é que um tipo que ganha 6400 salários mínimos tem para falar em direitos que a economia é capaz de suportar?
São 6400 salários mínimos suportados com o meu dinheiro e de todos os clientes da EDP.
Estará Mexia disposto a mexer nos seus direitos por forma a aliviar a factura dos seus clientes? Ou, estará disposto a mexer naquelas tais rendas, apelidadas de excessivas, que a EDP recebe, e que a Troika havia mandado rever? 
Resta-me acreditar que o Tribunal Constitucional vai continuar a defender a Constituição...

Sem comentários: