quarta-feira, 22 de maio de 2013

No país da contrafacção


Arranja as miúdas mais giras da escola e põe-nas no Facebook com as camisolas que idealizou, estilo Linha de Cascais (costumo ver umas iguaizinhas na Feira da Senhora da Hora, de marcas famosas, mas como são os ciganos a vendê-las, chamam-lhes contrafacção). Começa então a vender bem e tem de contratar uma fábrica para lhe produzir as camisolas.
Se aqueles que lhe fazem as camisolas ganham 485 por mês, é coisa que nunca lhe ocorreu. O Martim é jovem e no meio em que se move se calhar ninguém ganha isso. O Martim é jovem, pode ser completamente insensível socialmente que a malta perdoa-lhe.
O Prós & Contras é especialista em trazer-nos figuras bizarras. Mas o Martim, que nem precisou de bater punho para ter sucesso, é tudo menos bizarro. Com 16 anos, já a sabe toda. Quanto às raparigas giras que usou como modelos, e que agora «já não servem», com um bocado de sorte terão outra serventia. Estarão daqui a uns anos a caminho de uma qualquer fábrica, onde trabalharão a troco do salário mínimo para enriquecer um qualquer Martim deste país.
Azar. Se estivessem desempregadas era pior.


Via Aventar

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