quinta-feira, 26 de julho de 2012

Exportar, pois claro: é esse o modelo…

foto sacada daqui
Desde que tomou posse, há um ano e picos,  este Governo, entre outras coisas, quer  reduzir a despesa pública, aumentar as exportações, melhorar a balança de pagamentos e diminuir o desemprego.
Pelos resultados obtidos,  até agora,  a melhor maneira de ainda vir concretizar tudo isso  é promover ainda mais a emigração.
Com gente a emigrar ainda em maior número, teremos menos povo a encher hospitais, a pedir subsídios ou a fazer despesa ao Estado. Poupa-se no Serviço Nacional de Saúde, poupa-se na Educação, poupa-se na Segurança Social (incluindo o subsídio de funeral).
É só poupar.
Depois, exporta-se aquilo que cada vez há mais: desempregados.
Ao exportar, assim em massa, não só diminuímos o desemprego, como ainda se melhora a balança de pagamentos, quer pelas próprias exportações, quer pela remessa de poupanças dos emigrantes para Portugal.
Para gente eventualmente resistente e teimosa, que a há sempre, transforma-se este torrão à beira mar plantado numa pequenina China, pondo-os  a produzir 24 horas por dia, por meia dúzia de tostões, para sermos competitivos e poder vender ao mundo.
Seremos um  povo pobre, cada vez mais  pobre, “corno manso”, cada vez mais “corno manso”, triste, com a tristeza de sempre,  mas a fabricar  para o mundo.
É este o modelo.
Por mim, já me estou a ver orgulhoso como ó caraças do meu país, a trabalhar até aos 80 anos, dez horas por dia, por 400 escudos por mês. 

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