Por motivos pessoais e profissionais, encontro-me a viver a cerca de 60 Kms da capital - Lisboa - e tenho o mesmo problema em casa, neste momento: "a imagem parada, a olhar para mim sem dizer nada".
Com a TDT, negócio ruim para os portugueses, mas frutuoso para a PT e mais alguns, há o mito do Portugal tecnológico e inovador que cai, revelando que, por entre negócios e propaganda, apenas gostamos de geringonças tal como outros povos delas gostam. Este mito foi explorado na base de que a abertura à novidade seria ponto de partida para o sucesso da televisão digital.
No entanto, faltou o básico: funcionar bem e não imputar os custos da mudança a quem já estava servido.
E não foi erro, pois esses não são premeditados.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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