Desde há muito que estou sem o mínimo interesse por este mundo político em que vive Portugal, a que chamam democracia…
Mas, mesmo a mim, isto caiu-me mal… Muito mal mesmo!
Rui Rio, esse mesmo, o autarca da segunda maior cidade do país, acha que a liberdade de opinião e a democracia podem ser suspensas quando as condições financeiras não são as desejáveis!..
Ora, isto, no mínimo, é um caminho sinuoso e perigoso…
Será que deveríamos também suspender outros direitos cívicos, enquanto durar a crise?
Conceder ao estado e às empresas o direito de cilindrar as pessoas e os seus direitos quando a situação é “grave”?
Como, por exemplo, suspender as garantias legais que impedem, como noutros tempos aconteceu, que alguém seja julgado por tribunais especiais que não prestam contas a ninguém?..
Num país a sério, que não andasse bêbado com o pontapé no couro, este senhor já teria tido de esclarecer o que significam para ele questões como os direitos humanos e a democracia?
Aqui nada acontece…
Até no futebol estamos a ficar “submissos e bem-comportados”…
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário