Depois de uma de uma passagem rápida pela edição electrónica do DN de hoje, fiquei intrigado…
“O eurodeputado e ex-candidato à liderança do PSD Paulo Rangel pede que os "grandes interesses económicos" aceitem "perder qualquer coisa", porque são o único agente que está ainda "à prova", depois dos "sacrifícios" generalizados do país.
Não há cidadão português, cidadão individual e família, que não esteja a fazer sacrifícios, que não esteja a fazer renúncias!..
O antigo líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa defende a importância de as questões sociais serem discutidas no Congresso do partido, num momento em que "muitos portugueses estão a sofrer".
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, admite que a crise pode levar a um aumento dos casos de tuberculose em Portugal…
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, lamenta a "situação dos jornalistas" que foram agredidos pela polícia na quinta-feira, e quis sublinhar a diferença entre os manifestantes do Chiado e os manifestantes da CGTP.”
Cuidado Rangel… Cuidado Marcelo… Cuidado Paulo Macedo…. Cuidado Miguel Macedo…
A falarem assim ainda os confundem com algum comunista!..
É que ao tomar conhecimento, pelo mesmo jornal, que para Luís Amado, ministro no governo anterior, economista de formação e novo "chairman" do Banif, se há crítica a fazer ao Governo de coligação, é a falta de atenção aos problemas essenciais das empresas e das famílias portuguesas ainda mais intrigado fiquei!..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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