Em política, a sobrevivência conquista-se por saber gerir-se a imagem e demonstrações de força nos momentos próprios…
A junta de freguesia de Buarcos ameaçou desfilar sozinha na terça-feira de Carnaval, caso a autarquia da Figueira da Foz mantivesse a decisão, hoje revogada, de só realizar um desfile no domingo: “o nosso carro saia sempre, houvesse ou não desfile. Íamos dar a volta à Figueira, com paragem na Câmara Municipal, para brincar ao Carnaval e levar alegria aos figueirenses", anuciou José Esteves.
O presidente da junta de Buarcos, disse ainda que a intenção daquela autarquia "não era protestar contra a Câmara", mas, assumiu que as pessoas "podiam fazer essa leitura".
Buarcos, que no verão vê a sua população triplicar, tem problemas e carências por resolver (como por exemplo, “não tem qualquer equipamento desportivo”, as muralhas que não ficam bem na fotografia, a vala, escassez de espaços verdes, apoios de praia necessários para as pessoas não terem de andar com as calças na mão atrás dos quartos de banho, estradas a necessitar de reparação, etc.…), nos últimos tempos, em silêncio, viu fugirem-lhe alguns projectos importantes…
Agora, o Carnaval de Buarcos é outra coisa: “é uma coisa que mexe com toda a economia local"!
Parabéns caro José Esteves.
Isto, é o que se chama saber trabalhar para a fotografia.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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