Segundo li no Diário de Coimbra, a Câmara Municipal aprovou ontem por unanimidade, na sua reunião ordinária, uma proposta do PSD para que a autarquia apresente «queixa ao Ministério Público» contra o ex-director artístico do CAE, por alegada «ofensa ao município, exigindo o esclarecimento das afirmações proferidas».
Em causa estão alegadas declarações de Rafael Carriço a um semanário local, em que afirmava existirem «muitos esquemas e muitos interesses à volta do CAE», questionando se nunca tinha feito «confusão a ninguém que se comprassem espectáculos a 70, 120 e 300 mil euros e depois tinham 400 pessoas, meia casa? Para onde é que ia esse dinheiro?...» interroga-se Rafael Carriço na entrevista ao jornal...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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