O prédio de quatro pisos, doado por um particular à autarquia em 1999, edificado entre os Sécs. XIX e XX, quando as residências de veraneio floresciam nas estâncias mais aprazíveis e espelhavam a cultura e fortuna de cada proprietário, marcando a paisagem com os melhores exemplos de criatividade que enriqueceram o nosso património arquitectónico, encontra-se em avançado estado de degradação e integra-se – com o antigo edifício do Turismo e a chamada Casa das Conchas – no que resta do conjunto arquitectónico da antiga frente de mar figueirense de finais do século XIX.
Agora, ao que li aqui, a autarquia da Figueira da Foz vai recuperar o emblemático edifício.
A primeira fase dos trabalhos tem um prazo de 90 dias, orçados em cerca de 216 mil euros, financiados por verbas das contrapartidas da zona de jogo e prevê o reforço estrutural do edifício e substituição da cobertura.
“Fundamentalmente o que vamos fazer é consolidar o exterior e reconstruir todo o telhado e o coruchéu que o caracterizava, com especiais cuidados em relação às cantarias, às ameias e linhas arquitetónicas que o identificam”, frisou João Ataíde.
O autarca lembrou que desde a doação do prédio ao município, há 12 anos, "que muito se tem falado na necessidade de uma intervenção de reabilitação".
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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