António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 12 de março de 2011
No fundo, estamos todos enrascados!..
"nas calmas, parece aceite pela sociedade a nova flexibilidade laboral que vai permitir o despedimento de todo e qualquer trabalhador, a troco de meia-dúzia de patacos. em conformidade, podem considerar-se despedidos todos aqueles que, por força da antiguidade nas empresas, adquiriram salários mais elevados, regalias sociais, décimos terceiro e quarto meses, subsídios vários, etc., etc.
considerem-se substituídos por uma dos à rasca que hoje se manifestam contra a precariedade laboral. este, jamais será efetivo, jamais terá qualquer vínculo laboral, direitos ou regalias sociais.
os que hoje, tendo emprego garantido, estão calmamente sentados a ver a bola, são num futuro muito próximo os novos desempregados. com sorte, os novos precários. para os empregados fabris e outros, mais ou menos indiferenciados, cujos salários cresceram por força da antiguidade, começou a contagem decrescente. rapidamente serão substituídos por mão-de-obra igualmente indiferenciada mas, a 500 euros mensais, e sem vínculo laboral.
portanto, deixem-se estar a ver a bola e podem começar a fazer ninho no sofá."
Acompanhe aqui a manifestação.
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