O primeiro-ministro pediu “empenhamento na defesa do interesse nacional” e garantiu ao Presidente da República “a fidelidade do Governo aos valores da lealdade e da cooperação institucional, que são tão necessários nesta fase que o país atravessa”.
Já o Presidente da República, optou por dizer que esta tradição é uma tradição a preservar “como sinal da cooperação entre órgãos de soberania”. Repetiu duas vezes a palavra “responsabilidade” e foi o que pediu aos ministros na cerimónia da Sala dos Embaixadores, do Palácio de Belém.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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