“O actual sistema de segurança social é injusto, agrava as desigualdades e caminha vertiginosamente para a bancarrota. É profundamente injusto porque consente que, enquanto uns poucos recebem valores milionários, acumulam pensões e mesmo estas com salários, outros sobrevivem com reformas de miséria da ordem dos 300 euros por mês. E ainda por cima é insustentável. Como os fundos de reserva não são suficientes, as pensões de reforma serão, para muitos de nós, uma miragem...
Assim, impõe-se uma mudança de paradigma, a evolução para um novo sistema, em que todos tenham uma reforma condigna e de igual valor. Pois se é verdade que um administrador de uma sociedade deve ganhar mais do que um operário - uma vez que tem maiores responsabilidades - já não faz qualquer sentido que, uma vez reformados, para custearem as suas necessidades, gestor e operário tenham pensões diferenciadas.”
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
Este gajo é comuna ou quê?
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