António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
segunda-feira, 26 de abril de 2010
É gastar que um dia alguém vai ter de pagar...
Os municípios portugueses continuam a gastar mais do que podem. As despesas ultrapassam em 30 por cento a capacidade de pagamento.
Por cada três autarquias portuguesas há uma que apresenta resultados económicos negativos, o que constitui o pior resultado desde 2005.
Mais de metade do total das dívidas das autarquias está concentrada em 35 municípios. No topo da lista, encontra-se Lisboa, seguida de Vila Nova de Gaia e Porto.
A conclusão é da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e está inscrita no anuário financeiro dos municípios relativo a 2008.
O documento foi apresentado, esta manhã, numa conferência sobre o poder local, organizada pela TSF e pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas.
Via TSF
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2 comentários:
E em Faro o ex-presidente está de pena suspensa porque andou a desviar dinheiro do municipio. Vergonha!
O caso de Faro é o seguinte:
- o ex-presidente da câmara, Luís Coelho, foi condenado a um ano e meio de prisão com pena suspensa devido ao crime de participação económica em negócio na utilização de dinheiros públicos para salvar o Farense da bancarrota.
Para o tribunal que o considerou culpado, o actual presidente da Assembleia Municipal de Faro agiu de forma deliberada, livre e consciente, apesar de saber que estava a praticar uma operação ilícita.
Este socialista foi acusado de ser o mentor de uma engenharia financeira que permitiu à Ambifaro, detida maioritariamente pela autarquia, fazer um empréstimo bancário de 750 mil euros para comprar acções do Farense.
O tribunal considerou ainda que a Ambifaro foi apenas o rosto deste negócio que permitiu que o clube permanecesse na primeira Liga em 2001, dado que a autarquia celebrou um protocolo e um contrato-programa em que se comprometia a pagar esse empréstimo.
O colectivo de juízes entende ainda que também foi cometido o crime de abuso de poder, entretanto prescrito, o que permitiu a Luís Coelho ser absolvido nesta questão, o que já não aconteceu no crime de participação de negócio que lhe valeu também uma multa de 2100 euros.
O tribunal decidiu ainda atenuar a pena de Luís Coelho, pois apesar de ter tomado uma opção ilícita e errada, o antigo autarca não tirou vantagens para si próprio.
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