António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
2 comentários:
Aos Avós
"Os avós vêm de muito,
Muito longe…
E vêm cansados
De tão longa caminhada.
Cheios de pó, metem dó!
E vêm vergados
Por tantos anos vividos a trabalhar.
Também vêm sós
Tudo perderam pelo caminho:
A Elegância,
A Formosura,
Toda a frescura,
Os mais belos sonhos,
Anos risonhos,
Os seus amigos,
Os seus parentes,
Mesmo seus maiores afectos.
Apenas lhes resta o coração.
Esse, guardam-no religiosamente
Para amar,
E para dar
De presente
Aos seus netos!"
Autor desconhecido
Um grande beijo a essa grande lutadora, que é a minha avó, e as rápidas melhoras! Vai correr tudo bem!
Neste mistério de caminharmos do principio,meio e fim,os Avós são o doce que a vida tem...A toda esta familia,agora com sentimentos profundos de familia,só me resta saudar o bom exemplo e amor por esta mulher que escreveu como muitas outras grandes páginas de honra.Venho de lá,de muito longe e continuo a ser deste povo simples e belo que tudo deu aos seus.Ó saudosa Mãe Olivia,enrugada e cabelos ao vento,tal como a vossa,a merecer agora as vossas preocupações e cuidados.
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