Segundo a comunicação social, João Ataíde, o Presidente de Câmara eleito nas eleições do passado dia 11, vai ter encontros políticos exploratórios, primeiro, com o movimento Figueira 100%; a seguir, com o PSD.
Dado que a lista vencedora, a do PS, não dispõe de maioria absoluta, era perfeitamente previsível esta atitude de João Ataíde: ao privilegiar o diálogo, visa alcançar uma plataforma de entendimento político, que torne possível governar uma Câmara Municipal com tantos problemas, como é a da Figueira da Foz.
As conversações, iniciam-se segunda-feira próxima, dia 26.
Aparentemente, deverá ser prioritário o entendimento com o Movimento Figueira 100%, liderado por Daniel Santos, visando obter a necessária maioria. Recorde-se, que o PS tem quatro vereadores, o PSD três e Figueira 100% dois.
À partida, é de admitir que, pelo menos neste momento, tanto o fragilizado PSD de Lídio Lopes, como o movimento de Daniel Santos, estarão receptivos ao diálogo que pode dar em negócio...De harmonia com o actual regime legal das câmaras municipais, de acordo com o que li no quinto poder, “a da Figueira da Foz poderá ter dois vereadores a tempo inteiro, se assim o decidir o seu Presidente.” Contudo, a situação poderá ser alterada. Todavia, “para haver mais vereadores a tempo inteiro, será necessário que a Câmara Municipal assim o delibere, para o que é preciso, que pelo menos, um dos vereadores eleitos pelo PSD, ou pela “lista 100%” vote ou votem favoravelmente uma proposta do Presidente nesse sentido.”
Presumo, que esse cenário é bem capaz de ter pernas para andar… Para já, é o momento do diálogo, pois “a governabilidade da câmara passa por uma plataforma de entendimento abrangente e profunda, que também deverá incluir a assembleia municipal, onde o PS também apenas tem maioria relativa”.
Na Figueira, é o momento de preparar o futuro, de optar por um novo trilho. O PS, Ataíde e os outros protagonistas, devem sobretudo reflectir e analisar sobre o rumo e o projecto que têm que colocar em prática para ultrapassar o difícil presente, em detrimento de perderem tempo com os erros cometidos no passado.
Com uma maioria relativa, na Câmara e na Assembleia Municipal, é a hora de João Ataíde enfrentar a realidade e fazer o que tem de ser feito. Em primeiro lugar, claro, tentar pôr ordem no descalabro financeiro da Câmara.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
irá dali sair um rico negócio não haja dúvidas, quanto a mim esta lei deveria ser alterada, o presidente eleito deveria poder escolher entre os eleitos os respectivos vereadores a tempo inteiro, sem peias negociais com a ou b.
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