António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Uma vénia ao centenário
“Temos o melhor futebolista do mundo e não há cidadão português que não entenda porquê. Contamos com o “maior cineasta do mundo” e os portugueses nem sequer o adoptam. Provavelmente tem a ver com o facto de que enquanto as performances de Ronaldo arregalam olhos, um terço dos poucos que viram um filme de Oliveira adormeceram antes de chegarem a meio. É isso, os portugueses, um povo de dorminhocos, só são patriotas quando estão acordados. O que é curto para o talento do mestre centenário.”
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