António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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Manuel Alfredo Aguiar de Carvalho, foi um homem importante para o desenvolvimento da Figueira da Foz.
Viveu 63 anos e nasceu a 18 de Setembro de 1942, na cidade da Guarda.
Após ter frequentado o ensino secundário, matriculou-se na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), onde se licenciou no ano de 1966, em engenharia química.
Ainda durante a vida estudantil, Aguiar de Carvalho participa em algumas realizações estudantis, nomeadamente da comissão Pró-Associação dos Estudantes da FEUP, bem como na direcção da revista “Engenharia”, importante publicação para a época.
Depois de algum tempo em África, integrando o agrupamento de Engenharia de Moçambique, Aguiar de Carvalho veio para a Figueira da Foz em 1970, para os quadros da Celbi, como engenheiro de produção, ascendendo depois à categoria de chefe de divisão.
Em Setembro de 2004, Aguiar de Carvalho integrou a administração da Refer, de onde saiu por conveniências de serviço um ano depois.
Mas foi no plano político-partidário que o nome de Aguiar de Carvalho se tornou mais conhecido dos figueirenses. Antes do 25 de Abril de 1974, Aguiar de Carvalho integrou o Movimento Democrático Popular (MDP), demonstrando evidentes discordâncias do regime então vigente. Após a Revolução de Abril, Aguiar de Carvalho torna-se militante do Partido Socialista, onde ocupa, progressivamente, vários cargos, entre os quais os de membro do secretariado local, da comissão da federação distrital e, mais tarde, membro da comissão nacional.
Em 1977, e durante dois anos, foi vereador da Câmara Municipal e, entre 1978 e 1981, ocupou o cargo de presidente da então Junta Autónoma do Porto da Figueira da Foz. Foi ainda, durante três anos, porta-voz na Assembleia Municipal e, de 1983 a 1998, presidiu à Câmara Municipal da Figueira da Foz.
No campo associativo, Aguiar de Carvalho integrou os corpos sociais da Associação Naval 1.º de Maio, e foi um dos fundadores do Círculo de Gastronomia e Cultura local.
Em Setembro de 2002, na última entrevista que concedeu a O Figueirense, Aguiar de Carvalho admitia a hipótese de voltar a candidatar-se à autarquia figueirense.
Faleceu no ano de 2005, no dia 6 de Dezembro.
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