Para uns, não há emprego.
Para outros, é o salário que é insuficiente. Entre estes, muitos vêem-se obrigados a encontrar um segundo trabalho que lhes permita complementar o salário recebido na actividade principal. Veio no DN de ontem:
“Mais de 330 mil pessoas têm mais de um emprego."
Não digam que o governo não fala verdade. Não foi Manuel Pinho, numa visita oficial à China, que num momento de maior “entusiasmo” salientou a "virtude" portuguesa dos salários baixos?..
Desconheço se teve algum efeito o “entusiasmo” do ministro na China , ao tentar vender baixos salários e fraco movimento sindical aos chineses, pois como alguém disse na altura, “falar de baixos salários dos portugueses aos chineses, é como vender gelado aos esquimós ou petróleo à Arábia Saudita”...
Uma coisa, porém, é certa: somos mão-de-obra barata, mas há certos governantes que nos saem caro!..
Entretanto, “trabalhamos cada vez mais para manter um nível de vida baixo ou para «gerir» a sua deterioração.”
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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