A minha aldeia já foi piscatória.
Tem céu, mar, praia e passadiço.
Querem que seja mais turística...
Será, essa, para a minha aldeia, a suprema glória?..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
4 comentários:
A minha aldeia já foi piscatória.
Tem céu, mar, praia e um chouriço.
Querem que seja mais turística...
Será, essa, para a minha aldeia, a suprema glória?..
Se assim for, já que estás contra isso,
deixa para quem sabe, reescrever a história.
O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.
Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo
*** Poema Máquina do Tempo, de António Gedeão
Isso é de vós, que os defrontais.
Não fora vossa elevada sapiência,
Um caso de espanto,
vós, homem de letras ou de ciência?
No começo, no fim, nos intervais.
O Universo é um espaço vazio, sem matéria, um chouriço e tanto.
Paciência!
Ora aqui está um bom exemplo de comentários com nível. Parabéns a todos!
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