“A viúva de um dos dois pescadores que morreram no canal sob a Ponte dos Arcos continua sem receber a compensação prometida. Familiares da outra vítima recorrem ao tribunal.”
Na última Assembleia da Freguesia, realizada no passado dia 24 de Setembro, a Junta de Freguesia de S. Pedro, em resposta a uma questão levantada pelo único representante da oposição, disse o seguinte:
“o inquérito está a decorrer de harmonia com os interesses das famílias dos pescadores que morreram no acidente”.
Segundo o diário "as beiras" de hoje, “neste momento, as partes interessadas continuam à espera dos resultados do inquérito solicitado pela tutela das Obras Públicas ao MP. Até ao fecho desta edição, apesar das tentativas, não foi possível obter declarações da EP. O mesmo aconteceu com o presidente da Junta de S. Pedro, Carlos Simão”.
Será que nem a indignação levou à acção?
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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