O que existe na outra margem, para além do nevoeiro?
Eis o mistério, envolvente e desconhecido, de não sabermos o que existe para lá da ponte, na outra margem do rio da vida. Mas, esse denso mistério, que vitaliza e revigora a nossa existência, já que a causa dos princípios que defendemos é quase sempre baseada no virtualismo daquilo em que acreditamos, que embora nunca a tenhamos visto, tocado ou experimentado, cremos ser justa e verdadeira.
Foi essa sede de desvendar esse desconhecimento, que lançou o Homem na conquista do mundo que o rodeava, construiu as civilizações e partiu à descoberta de si mesmo...
Esta última, aliás, ainda por realizar!...
A coragem e a audácia, sem medo do risco e sem temer a escuridão na outra margem da ponte, é que criou os heróis do nosso passado.
Os visionários que “deram novos mundos ao mundo”.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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