António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 9 de junho de 2007
X&Q65
3 comentários:
Anónimo
disse...
Local: Teatro Taborda Cena: Último Acto(personagens D. Duarte Amofinado, D.Coelho Esfulado e D.Pernas Rópinho, a cena passa-se no varandim da edilidade) D. Duarte Amofinado: -Saia do armário D. Coelho Esfulado, estais perdoado! D.Pernas Roupinho acabou de chagar a paciência ao povo. O traidor ainda conseguiu arranjar melhor desculpa que a vossa. Resolvi enforca-lo em plena praça, que achais D. Coelho? D. Coelho Esfulado- Por quem sois, D. Duarte? Cortai-lhe já a cabeça, o coitado do D. Pernas, já só a usa para pasto de piolhos! D. Pernas Rópinho (falando consigo mesmo, ensandecido)- Ai a minha pobres familia...senhor, fui eu acudir a um incêndio no meu lagar de para além de Lavos e vós fazeis isto? Poupai-me ou então solto os assassinos de lavos contra vossas senhorias... A tarde baixava lentamente...ainda o sol rasava o horizonte e os três homens em conluio, num diálogo de surdos. Em baixo (sempre em baixo) a populaça mandriva entre assadores de sardinha e pinga oferecida por D Pernas Rópinho...
3 comentários:
Local: Teatro Taborda
Cena: Último Acto(personagens D. Duarte Amofinado, D.Coelho Esfulado e D.Pernas Rópinho, a cena passa-se no varandim da edilidade)
D. Duarte Amofinado: -Saia do armário D. Coelho Esfulado, estais perdoado! D.Pernas Roupinho acabou de chagar a paciência ao povo. O traidor ainda conseguiu arranjar melhor desculpa que a vossa. Resolvi enforca-lo em plena praça, que achais D. Coelho?
D. Coelho Esfulado- Por quem sois, D. Duarte? Cortai-lhe já a cabeça, o coitado do D. Pernas, já só a usa para pasto de piolhos!
D. Pernas Rópinho (falando consigo mesmo, ensandecido)- Ai a minha pobres familia...senhor, fui eu acudir a um incêndio no meu lagar de para além de Lavos e vós fazeis isto? Poupai-me ou então solto os assassinos de lavos contra vossas senhorias...
A tarde baixava lentamente...ainda o sol rasava o horizonte e os três homens em conluio, num diálogo de surdos. Em baixo (sempre em baixo) a populaça mandriva entre assadores de sardinha e pinga oferecida por D Pernas Rópinho...
Magnífico, a melhor crítica ao despudor camarário
Não sei quem sois, Adosindo ... mas sois excelente... e, não são basófias, são perolas!
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