sexta-feira, 18 de maio de 2007

“A linha de fronteira”


Quem se der ao trabalho de olhar, com olhos de ver, para a nossa Terra, verifica que a Cova-Gala está a viver, de há umas décadas a esta parte, o maior caos urbanístico da sua história de pouco mais de 200 anos.

Olhando em redor, com olhos de ver, e recorrendo à memória, facilmente damos conta que o ordenamento territorial da Freguesia de São Pedro transformou zonas verdes únicas, como por exemplo o Pinhal Chula, em superfícies acimentadas, a variante da Gala “cortou” o acesso natural ao rio e às nossas origens naturais, as fábricas entraram-nos pela porta dentro; etc.
E não teria de acontecer necessariamente assim. Construiu-se, não tendo em conta as necessidades habitacionais da comunidade, mas sim privilegiando os interesses dos construtores privados e, ultimamente, da Figueira Domus. E a atestar esta realidade, aí está o número de fogos por vender...

Não infira daqui, porém, algum espírito malévolo, que somos adeptos de uma Terra estagnada. Consideramos, isso sim, que teria sido possível conjugar desenvolvimento e harmonia, com planeamento sustentado, criação de riqueza e bom gosto – o que infelizmente não aconteceu.
Bem sabemos que por esse Portugal fora se cometeram erros bem maiores em termos urbanísticos... Mas eu vivo em São Pedro e, se puder, por aqui pretendo continuar a viver.
E é aqui que chegamos à actual “linha de fronteira”, a estrada da fotografia aqui ao lado.
Para sul da estrada, o pinhal está praticamente virgem, a destruição ainda não chegou. Seria bom que quem manda nestas coisas do ordenamento do território, não esquecesse que “a Terra é o única coisa que já não se fabrica”.

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