António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
2 comentários:
Muito bom este boneco. Já pensaram, daqui a uns tempos, tentar a publicação da sua colectânea? Reservo já um exemplar!
Toma lá disto. Aprende. Fui buscar isto a outro lado, mas não levem a mal.
Economia paralisada ( parte 1)
Durante semanas, meses, massacraram-nos os ouvidos, Sócrates, seus ministros e os fiéis comentadores de serviço ao governo nos meios de comunicação social, com a descida “ moderada mas convincente e consistente” da taxa de desemprego e como tal demonstrava a “moderada mas convincente e consistente” recuperação económica do País.
Agora, depois de conhecidos os valores da evolução do desemprego do terceiro para o último trimestre de 2006, que atingiu os 9.9% segundo os dados do INE, dando o dito por não dito, numa reviravolta de 180 graus, “esclarecem-nos” que afinal a taxa de desemprego poderá até atingir os 10% (hoje encontra-se nos 8,2%), e que tudo isto é fruto da difícil e lenta adaptação das empresas à concorrência asiática, à globalização.
Esta gente socorre-se a cada momento de qualquer falácia política, na presunção de que o que é dito hoje, amanhã já estará esquecido. Não há memória neste discurso, o facto político é consumido e no próprio dia em que é lançado assim é descartado e esquecido.
E todos os dias são criteriosamente estudados e lançados pelo governo novos factos políticos, que a comunicação social acolhe servilmente, favorecendo aquele propósito.
A economia nacional não arranca e a taxa de desemprego continuará a aumentar, enquanto o governo submeter as pequenas e médias empresas à asfixia em que se encontram.
Os custos da sua exploração continuam a agravar-se, com custos de energia (electricidade e gás), telecomunicações, transportes, combustíveis, créditos bancários, seguros, etc, cada vez maiores. Por outro lado as pequenas e médias empresas suportam uma pesadíssima carga fiscal (as empresas com lucros superiores a 250 milhões de euros registaram em 2004 uma taxa efectiva de IRC de 14% enquanto as médias empresas com lucros entre 150 e 5 milhões a taxa efectiva foi superior a 20%).
Mas não fica por aqui o fadário das pequenas e médias empresas; elas têm que suportar eternamente as dívidas de maus clientes uma vez que a Justiça está paralisada e um IVA exorbitante de 21%.
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